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O MESMO RIO DE SANGUE

eu mesmo rio de sangue 

acrícilo sobre tela, 60x80 cm, 2019

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"Eu mesmo Rio de Sangue" é uma travessia pictórica onde memória e território se entrelaçam num gesto de denúncia e encantamento. A obra se desdobra como paisagem partida: de um lado, o verde domesticado do gado e da pastagem; do outro, um vermelho derramado que escorre pela casa, pela estrada, pelo tempo. Entre os extremos, calungas caminham — ou resistem — no barro escuro da existência.

O rio, aqui, não é só curso d’água: é cicatriz aberta, é testemunha silenciosa do que não coube na história oficial. Rir nesse cenário — como indica o título — é um ato trágico de sobrevivência. Uma ironia que sangra. Um riso que dói.

A pincelada crua, é estratégia política: reencenar com simplicidade aquilo que foi deformado pela complexidade da ação. Há sutileza  nesse chão, nesses corpos, nesse céu aberto. A obra convoca o espectador a pisar fundo no território da dúvida, onde o real e o simbólico escorrem juntos — como no mesmo rio, o de sangue.

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